Estes 7 gráficos mostram como as empresas estão a enfrentar a pandemia
Um inquérito semanal feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal mostra como as empresas estão a enfrentar a pandemia. O ECO reuniu 7 gráficos que ilustram as respostas.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP) decidiram fazer um inquérito semanal às empresas para fazer um raio-x ao impacto da pandemia no tecido empresarial num momento em que o país está sob o estado de emergência. Os primeiros resultados desse inquérito mostram como as empresas estão a ser afetadas — da queda abrupta do volume de negócios aos encerramentos — e como estão a tentar sobreviver — do uso do lay-off ao recurso ao crédito.
“Esta informação é necessária para que se possam reconhecer tendências e perspetivar linhas a seguir para minorar impactos económicos, nomeadamente sobre as próprias empresas”, argumentam as duas instituições, agradecendo a resposta das empresas “neste momento difícil que o país atravessa”.
O inquérito foi realizado entre 6 e 10 de abril e é “dirigido a um conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão, representativas dos diversos setores de atividade económica, sendo a amostra de 8.883 empresas”. “Foram obtidas 4.793 respostas válidas, o que representa uma taxa de resposta global de 54%”, notam o INE e o BdP, sendo que este universo representa 54% dos trabalhadores e 65% do volume de negócios da amostra.
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2% das empresas inquiridas já fechou portas definitivamente. A maioria mantém-se em funcionamento, apesar de com limitações. -
Na desagregação por setores é possível verificar que o alojamento e a restauração, que vivem em grande parte do turismo, são os mais afetados tanto nos encerramentos temporários como nos definitivos. -
O maior impacto para as empresas vem da ausência de encomendas ou clientes e das restrições no contexto do estado de emergência, algo que é transversal a todos os setores e a empresas de todas as dimensões. Cerca de um terço das empresas também assinala os problemas na cadeia de fornecimento, o que também resulta do facto de quase todos os países do mundo estarem a ser afetados pela pandemia. -
48% das empresas já recorreu ao lay-off simplificado. Apenas 1% das empresas inquiridas já despediu funcionários com contrato sem termo e 2% não renovou contratos temporários. -
Na segunda semana de abril, 8% das empresas tinham beneficiado da suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas e 5% da moratória, o que leva o INE e o BdP a concluírem que “uma percentagem reduzida das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo“. -
Quase metade das empresas desta amostra consegue aguentar até dois meses sem medidas adicionais de apoio liquidez, sendo que 10% dizem mesmo que não conseguem aguentar nem mais um mês. “Estas percentagens são mais expressivas no grupo das empresas de micro e pequena dimensão“, descreve o relatório, referindo, por outro lado, que as grandes empresas são as que conseguirão aguentar mais tempo. Contudo, recorde-se, a esmagadora maioria do tecido empresarial português, em número, é composto por PME. -
Cerca de 12% das empresas recorreram a crédito adicional na semana anterior, “sendo esta percentagem superior nas empresas de micro dimensão” e no setor do comércio e inferior nas grandes empresas e noutros setores. Na maioria dos casos, os novos créditos apresentaram condições semelhantes às anteriormente praticadas. Contudo, a maioria das empresas não recorreu a crédito por decisão própria e poucos são os casos em que foi pelas más condições ou por lhe verem negado o crédito.
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