Apenas 19% dos edifícios estão seguros contra sismos

  • SegurosPME
  • 24 Fevereiro 2024

Em Portugal, apenas 19% das habitações têm seguro com cobertura para este risco, colocando milhares de vidas e patrimónios em perigo. A sua casa está protegida contra o inevitável?

Apenas 19% das habitações do país estão adequadamente protegidas com seguros que cobrem danos causados por sismos. Este dado alarmante revela uma realidade preocupante: a grande maioria das casas em território nacional, cerca de 81%, não está devidamente preparada para enfrentar o impacto de um terremoto, evento que representa uma ameaça real.

 

Vista da Ponte 25 de Abril , 23 de julho de 2019. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

Portugal é um país localizado numa zona sísmica, o que significa que, embora os sismos não sejam frequentes, o risco de ocorrência não pode ser ignorado. De facto, a história já registou o impacto devastador de um dos maiores sismos de sempre, o famoso terremoto de 1755, que destruiu parte da cidade de Lisboa e afetou outras regiões do país, causando milhares de vítimas e deixando marcas profundas na memória coletiva.

Apesar deste contexto, os números demonstram uma disparidade na cobertura de seguros. Embora 53% das habitações possuam algum tipo de seguro, 34% delas têm apenas seguros de incêndio ou multirriscos, sem qualquer proteção contra sismos. Este dado revela uma falha significativa na preparação da população face a um risco concreto e imprevisível.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) tem vindo a alertar para a necessidade de uma maior consciencialização em relação à importância de assegurar o património pessoal contra danos sísmicos. “É fundamental que os portugueses verifiquem as coberturas dos seus seguros, especialmente quando falamos de algo tão valioso como a casa, que representa uma das maiores poupanças das famílias portuguesas”, afirma a APS. O seguro adequado pode ser a diferença entre a recuperação total ou parcial da casa após um evento sísmico, protegendo não apenas os bens materiais, mas também a segurança das pessoas.

Além disso, a recente ocorrência de um sismo com magnitude de 5.3 na escala de Richter, em agosto de 2024, e o tremor sentido em fevereiro nas regiões da Grande Lisboa, Alentejo e Algarve, com magnitude de 4.8, são apenas lembretes de que Portugal está longe de ser imune a esta ameaça. Como a APS salienta, “não estamos perante uma mera incerteza, mas sim um verdadeiro risco, cuja ocorrência é certa, embora em momento incerto.”

A associação, com vasta experiência na gestão de riscos e perdas, tem vindo a propor uma solução estruturada e integrada para a proteção das pessoas e das habitações no caso de um sismo. Contudo, enquanto este sistema não for implementado, é imperativo que os cidadãos se informem e tomem medidas para proteger os seus bens e a sua família.

Investir num seguro com cobertura sísmica pode ser um passo simples, mas de extrema importância. A proteção contra riscos sísmicos não deve ser encarada como uma mera formalidade, mas sim como uma necessidade estratégica para garantir a estabilidade e a segurança a longo prazo. O tempo para agir é agora.