ANA já entregou relatório inicial do novo aeroporto ao Governo. Finanças admitem impacto orçamental

A concessionária dos aeroportos já entregou ao Governo o relatório inicial para a construção do Luís de Camões. Executivo vai agora analisar o documento e pronunciar-se até 17 de janeiro.

Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, Thierry Ligonnière, CEO da ANA, José Luís Arnault, chairman da ANA, Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas, e João Jesus Caetano, presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, com a imagem do projeto do aeroporto Luís de Camões, no Campus XXI.

O Governo recebeu da ANA o Relatório Inicial (High Level Assumption Report) que marca o início formal das negociações sobre a extensão do contrato de concessão e a viabilização da construção do Aeroporto Luís de Camões no Campo de Tiro de Alcochete.

A entrega do documento foi marcada por uma cerimónia realizada esta terça-feira no Campus XXI, em Lisboa, com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

O ministro das Finanças afirmou que espera que “os encargos para o Orçamento do Estado sejam os mais limitados possíveis, de preferência sem impacto para os contribuintes. Veremos o que diz o Relatório Inicial”. Até agora o Governo tem dito que a construção não terá impacto para os contribuintes, ainda que as acessibilidades serão um encargo do Estado.

O documento inclui uma estimativa preliminar dos custos e a forma de financiamento, que não foram revelados. O contrato de concessão prevê a possibilidade de “alteração do regime de taxas aeroportuárias e/ou de prorrogação do prazo de concessão”.

O Relatório contém ainda uma proposta de duração e conclusão da construção, que também não foi revelada.

“A entrega do relatório manifesta a vontade da ANA aeroportos em investir no país. Estamos numa cerimónia simbólica, mas muito marcante para a prossecução deste objetivo de ter um aeroporto a servir a região de Lisboa, que é essencial para o progresso de Portugal”, salientou Miguel Luz.

O Governo analisará aquilo que foi apresentado. Temos 30 dias para dar uma resposta definitiva“, acrescentou.

“Nos próximos 30 dias vamos analisar o trabalho que a Vinci e a ANA nos acabaram de entregar. Temos ainda um longo caminho de discussão de pormenores técnicos e de avaliação”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento, salientando que o projeto “é vital para a área metropolitana de Lisboa e para o país alargar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa”. “Mais de 95% dos turistas que nos visitam chegam por via aérea e também na região de Lisboa essa percentagem está acima de 95%”, salientou.

Ultrapassada esta fase, o contrato de concessão dá à concessionária 36 meses para apresentar a candidatura completa ao novo aeroporto, processo que prevê um conjunto alargado de documentos, como o Relatório das Consultas, o Relatório sobre o Local Selecionado, um Estudo de Impacte Ambiental, o Relatório Técnico e o Relatório Financeiro. Prazo que o Ministério das Infraestruturas quer que seja encurtado, para permitir o início mais cedo da obra.

Após receber a candidatura da ANA ao Novo Aeroporto de Lisboa, o Governo tem 90 dias para dar conta da sua decisão. Se a candidatura for em frente, seguem-se 12 meses de negociações para formalizar um acordo sobre todos os documentos e autorizações necessárias. Correndo tudo bem, será necessário contar com mais cerca de quatro anos para os projetos de especialidade de engenharia, concurso público para a construção e realização da obra.

(peça atualizada às 11h35)

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