Portugal contribui com 17 milhões de euros para os lucros da Mapfre
Prémios emitidos sobem para 28 mil milhões de euros em 2024, com os seguros Não vida a pesar 79% dos quais mais de metade provêm dos segmentos automóvel e de património e acidentes, juntos.
A Mapfre obteve um lucro líquido de 902 milhões de euros em 2024, mais 30% em termos homólogos e deste valor 367 milhões foram provenientes da operação ibérica, mais 1,6% face a 2023, tendo as seguradoras do grupo em Portugal contribuído com 17 milhões para o resultado. A região LATAM continua a ser a maior contribuidora para os lucros do grupo com 408 milhões de euros (mais 34 milhões que em 2023).

Excluindo o lucro extraordinário de 46,5 milhões resultante da arbitragem pela rutura da aliança com o Bankia, o crescimento do resultado teria superado 17% na Ibéria, cerca de 52 milhões a mais do que no ano anterior.
O volume de negócios da Mapfre em 2024 atingiu 33,2 mil milhões de euros, o maior de sempre, com os prémios de seguro a significar 28,1 mil milhões da receita, mais 4,5% (e 6,5% em câmbio constante) em termos homólogos. Os seguros Não Vida pesam quase 79% na receita proveniente dos prémios emitidos, dos quais mais de metade provém dos segmentos automóvel e de património e acidentes, juntos.
Na Península Ibérica o volume de prémios emitidos atingiu 9,1 mil milhões de euros, mais 3% em termos homólogos, dos quais Espanha contribui com cerca de 8,7 mil milhões. A faturação em prémios aumentou 42,4% em Portugal empurrado pela “forte crescimento” nos produtos de poupança.
O índice que mede a rentabilidade técnica dos seguros Não Vida – rácio combinado (RC) – situou-se nos 94,4%, menos 2,8 pontos percentuais face ao ano anterior. Até um rácio combinado (RC) de 100% as empresas registam lucro, assim, os resultados do grupo foram melhores em termos homólogos porque quanto mais essa percentagem cai significa que mais recebe do que paga. A melhoria no resultado técnico foi impulsionada pela ausência de sinistros significativos e por medidas técnicas implementadas na companhia, indica a Mapfre. No entanto, para o segmento automóvel foi indicado um rácio combinado (RC) de 105,4% (resultados técnicos negativos e superiores em 1,7 pontos percentuais em termos homólogos).
Nos seguros proteção vida o RC foi de 85,5% no ano passado, mais 2,9 pontos percentuais em termos homólogos.
O grupo segurador atingiu um ROE (Return on equity), indicador que mede a rentabilidade de uma empresa em relação ao capital próprio dos acionistas, de 10,9% (ROE ajustado de 12%), ou seja, 1,9 pontos percentuais acima da registada em 2023.
Para os resultados do grupo pesaram negativamente:
- Maior frequência de eventos atmosféricos, destacando as tempestades na Europa e as inundações no Brasil na região Rio Grande do Sul, com um impacto conjunto de 82 milhões líquidos;
- A desaceleração do negócio agrícola no Brasil e altas taxas de juro que têm desacelerado a contratação de seguros – especialmente dos seguros agrícolas;
- A desvalorização de moedas locais da América Latina pesam no crescimento;
- O impacto de 90 milhões devido à desvalorização parcial do fundo de comércio da Verti Alemanha (75 milhões em 2023 nos Estados Unidos).
Não obstante a maior frequência de eventos atmosféricos, o cenário climático e catastrófico foi mais favorável que em 2023 e, juntamente com os ajustes tarifários impulsionaram o crescimento rentável.
O índice de Solvência II do grupo alcançou 202,4% em 2024, em comparação com os 199,6% do final do ano anterior e dentro da faixa prevista como objetivo.
O desempenho empresarial do grupo fez com que o Conselho de Administração propusesse à Assembleia Geral e Acionistas um dividendo complementar do exercício de 2024 de 9,5 cêntimos brutos por ação, para um dividendo total de 16 cêntimos.
“Estes resultados, os melhores da história da empresa, refletem a nossa ambição de crescimento e de excelência técnica, decorrente da execução do nosso Plano Estratégico. O dividendo atingiu um novo máximo histórico e é a prova do nosso compromisso com os acionistas. Iniciamos 2025 cheios de otimismo e com a confiança de que continuaremos criando valor”, afirma Antonio Huertas, presidente da MAPFRE.
A cotação de fecho desta quinta feira da Mapfre na Bolsa de Madrid valoriza a empresa em 8,44 mil milhões de euros, sendo a Fundación Mapfre – instituição sem fins lucrativos que tem como missão contribuir para o bem-estar social por meio de iniciativas em segurança viária, promoção da saúde, inclusão social, pesquisa em seguros e apoio à cultura – a sua maior acionista com 70% do capital. O restante está disperso com presença dos principais investidores institucionais europeus.
O comunicado dá também conta de mexidas nos quadros da empresa. Termina o mandato de Fernando Mata Verdejo como membro do Conselho de Administração do grupo e vai continuar como diretor financeiro até 31 de março deste ano, mas vai permanecer vinculado “através dos conselhos das subsidiárias”. José Luis Jiménez Guajardo-Fajardo junta-se ao conselho a 14 de março e a partir de 1 de abril atuará como diretor-geral financeiro do Grupo (CFO) e Juan Bernal Aranda como diretor-geral de investimentos da MAPFRE.
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