Airbus, Thales e italiana Leonardo avançam na fusão do negócio de satélites
O objetivo do acordo entre as gigantes europeias do aeroespacial é fazer sinergias e reduzir as perdas acumuladas nos últimos anos, enquanto a Europa investe mais na defesa.
As negociações para a fusão do negócio de satélites entre as francesas Airbus, Thales e a italiana Leonardo estão a avançar. O objetivo do acordo entre as gigantes europeias do aeroespacial é fazer sinergias e reduzir as perdas que se foram acumulando nos últimos anos, enquanto a Europa reforça o investimento na defesa e no rearmamento.
A Airbus iniciou conversações para encontrar “possíveis soluções com a Leonardo e a Thales para dar uma resposta coordenada ao grande salto que a indústria americana está a dar com a Space X”, confirmou esta sexta-feira o presidente da Airbus Espanha, Francisco Javier Sánchez Segura, em declarações divulgadas pelo jornal El Economista.
Ainda esta semana a Space X, de Elon Musk, lançou mais um foguete com sucesso. O Falcon 9 levantou voo em direção ao espaço com um carregamento de 21 satélites de transmissão de internet da Starlink. A Space X tem conseguido fazer testes recorrentes aos seus equipamentos espaciais, apesar de na quinta-feira à noite ter ocorrido uma explosão do Starship, o maior e mais poderoso foguete do mundo, que inclusive gerou atrasos em voos nos Estados Unidos.
É esta concorrência que a Europa pretende enfrentar, com as multinacionais a verem na consolidação da indústria uma solução. “Temos de fazer alguma coisa”, admitiu o presidente da Airbus Espanha. Francisco Javier Sánchez Segura garante que o trio Airbus, Thales e Leonardo está a fabricar “satélites muito semelhantes para responder a um mercado quatro vezes mais pequeno que o norte-americano”, embora haja custos financeiros adicionais e “risco tecnológico”.
Após o anúncio de que os Estados Unidos iriam retirar o apoio militar à Ucrânia e a União Europeia propor um plano de defesa de 800 mil milhões de euros, as ações das empresas ligadas ao setor das infraestruturas valorizaram significativamente. E os players do espaço – com um negócio historicamente bélico – também pretendem ‘fazer frente’ à maior economia do mundo e à Rússia.
“Estamos a ver como ajudá-los, como colocamos as capacidades que a Europa tem ao serviço dos nossos países para resolver a pressão que a Starlink está a exercer sobre a Ucrânia”, afirmou o responsável pela subsidiária espanhola da Airbus.
A Airbus Defence and Space, divisão da Airbus para a defesa e espaço, teve um resultado operacional negativo de 566 milhões de euros em 2024, quando no ano anterior lucrou 229 milhões de euros. Já a Thales Alenia Space lucrou menos 13,9% para 391 milhões de euros (EBIT).
“Na Airbus, 80% do valor está na cadeia de abastecimento e 20% fora. Enquanto na Space X é o contrário, com uma enorme integração vertical. Esta integração seria uma loucura para nós, mas se queremos competir com este modelo temos de favorecer a consolidação industrial com critérios competitivos”, explicou ainda Francisco Javier Sánchez Segura, citado pela publicação espanhola.
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