
Seguro Automóvel : O meu é mais barato que o teu
Tiago Pedro, enquanto mediador profissional, desafia as seguradoras a focarem a sua propaganda menos no preço e mais na explicação real das proteções oferecidas aos segurados.
É comum escutar quando se fala de seguros “o meu seguro é mais barato que o teu”. Então quando se fala do seguro automóvel esta frase ganha uma preponderância fora do comum.
Ter um seguro mais barato que o tio, o primo ou o vizinho tornou-se hoje uma prova de esperteza só ao alcance dos mais sábios, expert´s em seguros que ainda fazem questão de reforçar com “pagas muito de seguro!!”
Estas atitudes e frases poderiam ser criticáveis não fossem as seguradoras a fazer as suas campanhas publicitarias direcionadas para o preço e para o “paga só … “.
O seguro Automóvel vai muito para além da sua obrigatoriedade e pode ter, dentro do contrato de seguro, vários tipos cobertura como por exemplo assistência em viagem, quebra isolada de vidros ou cobertura ocupantes de veículos.
A cobertura para o condutor, que é uma das que mais importância tem, até pelo seu cariz social, está na maioria das vezes totalmente desvalorizada, neste conceito do “meu seguro é mais barato que o teu”.
Por que motivo esta cobertura é assim tão importante não ser esquecida?
Num exemplo prático, em caso de sinistro os danos corporais do condutor da viatura causadora e responsável do sinistro será acionada a cobertura de Acidentes pessoais condutor. Nesta situação podemos estar perante uma de duas situações:
- Esta cobertura não foi contratada e então todos os custos de danos corporais do condutor serão imputados ao sinistrado como tratamentos hospitalares e possíveis operações;
- A cobertura foi contratada mas com capitais mínimos que não chegam nem para um início de tratamento caso seja necessário.
Por esta e outras situações é importante saber o que se compra, a informação deve ser transmitida por quem tem essa obrigação. Não podemos continuar a olhar para o seguro automóvel como apenas o seguro que é obrigatório e só por isso tem de ser contratado.
As seguradoras, nas suas inúmeras publicidades, devem anunciar os benefícios das boas coberturas e da importância da sua contratação, contrariando o enfoque excessivo do preço.
Se compararmos as publicidades a automóveis, em que os fabricantes reforçam a segurança que as suas viaturas apresentam e as mais valias desta, colocando o preço para segundo plano, nos seguros fazemos tudo ao contrário. Começamos e acabamos no preço com o “agora o seu seguro automóvel só por …” esquecendo referir que tipo de seguro é, que proteções estão previstas e com que capitais.
Só poderemos ter clientes esclarecidos quando os principais responsáveis por mudar esse paradigma optarem por fazer publicidade que é informação aos consumidores muito mais especifica e concreta do que o simples “o seu seguro aqui é mais barato “.
Um dia espero ouvir “o meu seguro tem melhores coberturas do que o teu”! Existe ainda um longo caminho a fazer, mas é necessário deixar de “aviar” seguros e procurar vender produtos com qualidade.
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