
Transferências imediatas: um novo padrão na relação financeira empresa-colaborador
Para as empresas, significa modernizar processos, automatizar pagamentos e reduzir burocracia. Para os colaboradores, é um avanço que lhes proporciona maior previsibilidade financeira.
Desde o início do ano que, em conformidade com um novo regulamento europeu, os bancos deixaram de poder cobrar mais pelas transferências imediatas do que pelas normais, tornando-as, na prática, gratuitas para muitos clientes. Isto representa um avanço significativo na modernização dos sistemas de pagamento e na eficiência das relações laborais.
Com as transferências imediatas, os fundos ficam disponíveis na conta do beneficiário em poucos segundos, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, independentemente de a conta estar domiciliada em Portugal ou noutro país da União Europeia. No contexto empresarial, esta rapidez é uma grande mais-valia, trazendo agilidade à gestão financeira entre empresa e colaborador.
A relação financeira entre trabalhadores e organizações é marcada por inúmeras fricções e uma das principais é, sem dúvida, o tempo de pagamento de reembolsos de despesas. É comum que os colaboradores tenham de adiantar dinheiro para cobrir custos operacionais e aguardar depois pelo reembolso. Por sua vez, a empresa tende a estabelecer um determinado ciclo de pagamentos de acordo com o que lhe é mais conveniente, sem transparência para o colaborador, que poderá ter de gerir as suas finanças com maior ou menor esforço como consequência disso.
Nesse sentido, a eliminação de custos associados às transferências imediatas que o novo regulamento europeu impôs à banca portuguesa é um forte incentivo para que as empresas adotem este método de pagamento de forma mais abrangente. Se aliada a soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA), tem ainda o potencial de impulsionar transformações ainda mais profundas na otimização da gestão de despesas, dando origem a uma verdadeira revolução dos processos administrativos das empresas.
Imagine um cenário em que o colaborador submete uma despesa e, através de um simples scan, toda a informação relevante é extraída automaticamente de forma rápida e sem papel. Um algoritmo de IA deteta possíveis erros/inconsistências (por exemplo, se o NIF é de facto o da empresa) e avalia logo a conformidade com as políticas de despesas da empresa, disparando alertas para correção que facilitam a aprovação/rejeição. Uma vez aprovada a despesa, graças às transferências imediatas, o reembolso pode ser processado na hora.
Esta abordagem não só elimina etapas desnecessárias, minimizando a intervenção humana, como também reduz custos operacionais .- exemplo disso são os cartões corporativos, que se tornam dispensáveis perante reembolsos instantâneos. Acima de tudo, trata-se de uma agilização administrativa que liberta tempo das equipas financeiras e de recursos humanos para tarefas de maior valor e impacto estratégico.
As tecnologias e ferramentas para pôr em prática esta simplificação de processos já existem. O grande desafio, agora, é a sua adoção pelas empresas que, em muitos casos, ainda estão presas a sistemas antiquados e ineficientes.
As oportunidades de mudança no paradigma da gestão de despesas estão ao virar da esquina e são mais que evidentes. Para as empresas, significa modernizar processos, automatizar pagamentos e reduzir burocracia, o que se traduz em maior eficiência operacional e competitividade. Para os colaboradores, é um avanço que lhes proporciona maior previsibilidade financeira, aliviando o stress financeiro e fortalecendo a confiança na relação com o empregador. O caminho está traçado. Só falta dar o primeiro passo.
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