Associação russa foi expulsa da GFIA e da Insurance Europe
As duas maiores associações de seguradoras na Europa e no mundo terminam com estrondo a relação com a União das Seguradoras de Toda a Rússia, liderada por um dos homens do presidente.
A Federação Global de Associações de Seguros (GFIA), que agrega associações que representam cerca de 89% dos seguros a nível mundial, encerrou a sua ligação com União das Seguradoras de Toda a Rússia (ARIA), a associação de empresas de seguros com poder de regulação naquele país.

Esta medida segue-se à decisão da Insurance Europe, que junta todas as associações de países do Espaço Económico Europeu, que também votou para encerrar a associação à ARIA em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) faz parte da GFIA e da Insurance Europe.
“Expressamos nossa total solidariedade com o povo ucraniano que está mostrando força e bravura incríveis durante esses tempos mais desafiadores”, afirmou a Insurance Europe, que “condena de todo o coração as ações militares do governo russo”.
Ao mesmo tempo Michaela Koller, diretora-geral da Insurance Europe, dirigiu uma carta à Associação de Empresas de Seguros, Liga de Organizações de Seguros da Ucrânia, União de Seguradoras de Kharkiv, Associação Nacional de Seguradoras da Ucrânia e Federação de Intermediários de Seguros da Ucrânia disponibilizando a organização para “fornecer todo o apoio que puder”.
Por seu lado a GFIA, sediada em Bruxelas, justifica que um dos seus propósitos é “contribuir para o diálogo internacional sobre assuntos de interesse comum, por meio da formalização do contacto, cooperação e diálogo entre associações nacionais e regionais de seguros”, acrescentando que “os membros da GFIA desejam expressar sua total solidariedade ao povo ucraniano que está demonstrando incrível força e bravura diante de adversidades inimagináveis. Seguradoras de todo o mundo estão a tomar as medidas necessárias para cumprir as sanções que resultaram da invasão, e muitas também estão a tomar iniciativas de solidariedade para apoiar o povo ucraniano”.
A ARIA é presidida por Igor Yurgens, também presidente da associação russa de seguros automóvel (RAMI), e que ocupa variados cargos na estrutura do poder russo. Esta associação chamou recentemente a atenção para a “atual situação tensa, quando reguladores ocidentais e agências de inteligência ucranianas estão a agitar o nosso mercado financeiro” que, segundo a ARIA, a escolheram como “um dos alvos para a publicação de fakes de representantes de países hostis e daqueles que querem prejudicar o mercado de seguros, que é a principal ferramenta para cobrir os riscos de toda a economia”.
A ARIA vai dar uma conferência, esta terça feira, dia 17, para expor a sua opinião sobre o impacto das sanções no mercado de seguros de vida, o papel do mercado de seguros de vida nos investimentos em dívida pública, novas abordagens para regular o mercado de seguros de vida e os resultados do combate ao misselling. Segundo relatos da associação, está a existir na Rússia uma concorrência desleal entre companhias de seguros, com base no argumento de umas estarem menos expostas que outras às sanções ocidentais.
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