“Se for bem desenhada”, ferramenta anti-crise do BCE nunca vai ser usada, diz Centeno
Governador do Banco de Portugal considera que é preciso garantir que a crise económica que se desenha no horizonte não se transforme numa nova crise da dívida soberana.
“Se for bem desenhada”, a ferramenta anti-crise anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE) “nunca vai ser utilizada”, afirmou esta segunda-feira o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considerando que é preciso garantir que a crise económica “que se desenha no horizonte” não se transforme numa nova crise da dívida soberana.

“Do ponto de visto de um banco central, temos de garantir que esta crise económica que se desenha no horizonte – que é uma ameaça – não se transforme numa crise financeira”, afirmou Centeno na conferência CNN Portugal Summit.
Para o governador, esse risco de uma crise financeira passa por uma “fragmentação da Zona Euro” e por um cenário “em que de as condições de financiamento não estão disponíveis para todos os setores em todas as jurisdições”.
O BCE anunciou na semana passada que vai criar uma ferramenta “anti-fragmentação”, depois da subida expressiva das taxas de juros das dívidas da periferia em relação à dívida alemã.
“Vai haver um novo seguro que só será utilizado em caso de necessidade”, explicou Mário Centeno sobre este novo escudo anti-crise que irá “introduzir disciplina no mercado quando os diferenciais da dívida estarão para além dos fundamentos económicos”.
O governador colocou o “ónus” do sucesso deste instrumento no Eurosistema, considerando que “se for bem desenhado, nunca vai ser utilizado” na medida em que “só a mera existência” da ferramenta vai prevenir determinados comportamentos dos investidores.
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