Isabel dos Santos: “Há preconceito sobre as minhas origens”
Em declarações à BBC News, a empresária e filha mais velha de José Eduardo dos Santos garantiu que as suas origens lhe trazem privilégios e, principalmente, preconceitos.
A empresária Isabel dos Santos garante que ser quem é traz “preconceitos e benefícios”. Em entrevista à BBC News, aquando da deslocação a Londres para discursar na LSE Africa Summit, a gestora abordou vários aspetos da sua vida profissional e pessoal, incluindo o que significa ser “a filha do presidente”.
“Sou privilegiada no sentido em que tive uma boa educação, sou privilegiada no sentido em que pude ver o mundo, sou uma pessoa muito exposta que consegue interagir com pessoas de todos os espetros de vida. E penso que é só isso. Depois misturar isso com o preconceito e o sentimento de que essas vantagens foram injustas ou obtidas através de favores ou favoritismo”, desenvolveu Isabel dos Santos.
Aproveitando o caso de Ivanka e Donald Trump, a empresária fez questão de afirmar que o estatuto de filha do presidente é “um mito”: “És a filha dos teus pais, tens um pai e uma mãe. E a relação com eles envolve emoções e família. O trabalho dos teus pais, quer sejam presidentes ou CEO, é algo que entra na vida profissional e esses são dois aspetos bastante diferentes.”
Com uma fortuna avaliada em 3,1 mil milhões pela Forbes, Isabel dos Santos garantiu que o facto de ter sido apontada para a direção da Sonangol foi motivado pelo seu passado no setor empresarial: “Tenho um registo de construção de negócios e de entender como levar um negócio para a frente.” E essas capacidades foram decisivas para uma empresa estatal que, segundo a própria, “estava numa situação particularmente difícil.”
A questão da discriminação de géneros também foi abordada pela empresária, que confirmou que “ser mulher, ser jovem e ser negra” é um desafio com o qual tem de lidar todos os dias e que deve merecer a atenção dos empregadores.
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"“Temos de desenvolver políticas dentro das nossas empresas segundo as quais tratamos as mulheres e os homens de forma igual, especialmente em termos de salários, isso é chave””
E acabou por deixar um recado para todas as raparigas “Encorajo as raparigas a lutarem, a terem uma educação, têm de ser ambiciosas e também ter confiança”.
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