Futura Comissão de von der Leyen: quem são os candidatos?
Bélgica foi o último país a propor um candidato e a Bulgária foi o único que submeteu dois nomes. Dos 27, nove são mulheres, 18 homens e cinco são repetentes. Lista pode sofrer alterações.
Já foram entregues as propostas dos Estados-membros a comissários europeus. A Bélgica foi o último país a formalizar o seu candidato, a Bulgária foi o único que respeitou o pedido de von der Leyen ao submeter dois nomes e a Roménia fez uma troca de última hora, um homem por uma mulher. Ao todo, há nove mulheres (uma delas Maria Luís Albuquerque) e 18 homens que estão na corrida para integrar a próxima Comissão Europeia, presidida por Ursula von der Leyen.
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Ursula von der Leyen, 65 anos (Alemanha) - presidente reeleita da Comissão Europeia Lusa -
Kaja Kallas, 47 anos (Estónia) - Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança Lusa -
Hadja Lahbib, 54 anos (Bélgica) - Comissária para a Preparação e Gestão de Crises European Union -
França: Thierry Breton, 69 anos, atual comissário para o mercado interno Lusa -
Wopke Hoekstra, 48 anos (Países Baixos)- Comissário para o Clima, Net Zero e Crescimento Não Poluente. -
Maria Luís Albuquerque, 56 anos (Portugal) - Comissária para os Serviços Financeiros e a União de Poupança e Investimento. Ficará responsável por concretizar a União dos Mercados de Capitais e assegurar o investimento privado na UE. Paula Nunes / ECO -
Roxana Mînzatu, 44 anos (Roménia) - Vice-Presidente Executiva para as Pessoas, as Competências e a Preparação. Será responsável pelas competências, educação e cultura, empregos de qualidade e direitos sociais, por uma União de Competências e pelo Pilar Europeu dos Direitos Sociais. European Union -
Teresa Ribera, 55 anos (Espanha) - Vice-Presidente Executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva. Será também responsável pela política de concorrência. Orientará os trabalhos para garantir a concretização dos objetivos definidos no Pacto Ecológico Europeu e da descarbonização da economia. DR -
Valdis Dombrovskis, 57 anos (Letónia) - Comissário para a Economia e Produtividade, Implementação e Simplificação. © European Union , 2018 / EC - Audiovisual Service -
Andrius Kubilius, 67 anos (Lituânia) - Comissário para a Defesa e o Espaço European Union -
Apostolos Tzitzikostas, 45 anos (Grécia) - Comissário para os Transportes Sustentáveis e o Turismo. Ficará responsável pelas pastas ligadas à mobilidade sustentável European Union -
Christophe Hansen 42 anos (Luxemburgo) - Comissário para a Agricultura e Alimentação. Ficará responsável por delinear uma estratégia para o setor nos primeiros 100 dias do mandato. European Union -
Costas Kadis, 56 anos (Chipre) - Comissário das Pescas e dos Oceanos. Ficará responsável pela execução do primeiro Pacto Europeu para os Oceanos. European Union -
Dan Jørgensen, 49 anos (Dinamarca) - Comissário para a Energia e a Habitação. Será o primeiro Comissário de sempre para a Habitação, responsável por garantir uma maior eficiência energética e investimento para a construção. European Union -
Dubravka Šuica, 67 anos, (Croácia) - Comissária para o Mediterrâneo. Responsável pela região sul da União Europeia. European Union -
Glenn Micallef, 35 anos (Malta) - Comissário para a Equidade Intergeracional, Cultura, Juventude e Desporto. European Union -
Henna Virkkunen, 52 anos (Finlândia) - Vice-Presidente Executivo para a Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia. Será também responsável pela pasta das tecnologias digitais e fronteiriças. European Union -
Jessika Roswall, 51 anos (Suécia) - Comissária responsável pelo Ambiente, Resiliência da Água e Economia Circular Competitiva European Union -
Manus Brunner, 52 anos (Áustria) - Comissário para os Assuntos Internos e a Migração. Ficará encarregue por executar o Pacto para as Migrações e Asilo, aprovado em abril. European Union -
Eslováquia: Maros Sefcovic, 58 anos, vice-presidente Executivo da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu e Relações Interinstitucionais. European Union -
Michael McGrath, 48 anos (Irlanda) - Comissário para a Democracia, a Justiça e o Estado de Direito. Ficará responsável pela execução do Escudo Europeu para a Democracia. Lusa -
Olivér Várhelyi, 52 anos (Hungria) - Comissário para a Saúde e o Bem-Estar dos Animais. Responsável pela execução da União Europeia da Saúde e por dar continuidade aos trabalhos na luta contra o cancro e a saúde preventiva. European Union -
Piotr Serafin, 50 anos (Polónia) - Comissário responsável pelo Orçamento, Luta Antifraude e Administração Pública. Encarregue de pela elaboração do próximo orçamento plurianual. European Union -
Eslovénia: Tomaž Vesel, 57 anos, antigo presidente do Tribunal de Contas da Eslovénia. European Union -
Roménia: Victor Negrescu, 39 anos, vice-presidente do Parlamento Europeu. European Union -
Ekaterina Zaharieva, 49 anos (Bulgária) -Comissário para a Investigação e Inovação European Union -
Bulgária: Julian Popov, 64 anos, ministro do Ambiente e da Água da Bulgária. BSF/Aleksandar Andjic -
Raffaelle Fitto, 55 anos (Itália) - Vice-Presidente Executivo para a Coesão e Reformas. Será responsável pela pasta que trata da política de coesão r do desenvolvimento regional. European Union
Dos candidatos a comissários, há cinco repetentes: Dubravka Šuica, comissária para a democracia e demografia (Croácia); Thierry Breton, comissário para o mercado interno (França); Olivér Várhelyi, comissário para a vizinhança e alargamento (Hungria); Valdis Dombrovskis (Letónia) e Wopke Hoekstra, comissário para a ação climática (Países Baixos). O restantes serão todos estreantes, embora alguns já com carreira a nível europeu.
Entre os 27 Estados-membros, a Bulgária foi o único país que colocou dois nomes a concurso fazendo a vontade a Ursula von der Leyen de modo a aumentar, por sua vez, as chances de conseguir uma pasta com relevo na próxima Comissão. Já a Roménia fez esta segunda-feira uma troca de nomes, substituindo o eurodeputado Victor Negrescu pela eurodeputada Roxana Mînzatu. O primeiro-ministro, Marcel Ciolacua, explicou que a alteração não se prende com a questão de género mas sim com o objetivo de assegurar um “portefólio de relevo” para o país, avança a edição da Euronews da Roménia.
A Bélgica foi o último país a apresentar um candidato, e fê-lo dois dias depois do prazo. Após muita especulação de que o comissário Didier Reynders seria proposto para um segundo mandato, o governo belga também respondeu aos apelos de paridade de von der Leyen e anunciou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Hadja Lahbib, como candidata a comissária.
Mas lá por serem candidatos, não significa que constem na proposta final de von der Leyen que deverá ser anunciada a 11 de setembro no Parlamento Europeu. O processo ainda está em curso, estando a presidente da Comissão Europeia a realizar entrevistas one on one com os candidatos – e em alguns casos a negociar nomes com os Estados-membros, como foi o caso da Roménia (e poderá ser também com países como o Chipre e Malta, de acordo com o Politico).
Aquando da apresentação do colégio, será também conhecida a orgânica da Comissão (quantos vice-presidentes e vice-presidentes executivos) e as pastas atribuídas a cada um dos candidatos, embora von der Leyen já tenha dado algumas dicas.
A presidente reeleita tem a intenção de alocar um vice-presidente responsável pela implementação, simplificação e relações interinstitucionais; um comissário para a defesa; um comissário responsável pela pasta da habitação; um comissário para as pescas e oceanos; um comissário para o alargamento; e um comissário para o Mediterrâneo.
Por cá, a vontade do Governo (tal como a de maioria do Estados-membros) é de que a antiga ministra das Finanças, Maria Albuquerque, consiga uma pasta relevante, considerando o seu perfil e experiência nas áreas económico-financeiras. E depois de ter sido um dos poucos países a propor uma mulher, as chances de Portugal ver essa ambição reconhecida são, de facto, maiores. Na corrida estão mais cinco homens com um perfil idêntico ou semelhante ao de Maria Luís Albuquerque.
O que se segue?
Depois de proposto formalmente o novo colégio de comissários no Parlamento Europeu, segue-se um processo longo e rigoroso de escrutínio e avaliação pelo Parlamento Europeu que só deverá ficar concluído a 1 de novembro, dia em que o novo executivo entra em plenas funções. Isto se nenhum dos candidatos for reprovado.
Antes disso, e já depois de se terem reunido com Ursula von der Leyen para uma entrevista, aos candidatos será feita uma avaliação da idoneidade pela Comissão dos Assuntos Jurídicos (JURI) à qual responderão por escrito a questões gerais e também já específicas das comissões competentes.
Respondido o questionário, cada candidato a Comissário será submetido a audições no Parlamento Europeu, especificamente nas comissões parlamentares que correspondem à sua área de responsabilidade. Durante estas audições, os Comissários são questionados sobre a sua competência, experiência e visão para a pasta que lhes foi atribuída. E nesta fase que alguns candidatos poderão ficar pelo caminho, como aconteceu no passado, sendo necessário que os Estados-membros façam uma segunda proposta.
Findas as audições, as comissões parlamentares emitem então uma recomendação sobre a adequação de cada comissário para o seu cargo. Se um candidato não for considerado adequado, o Parlamento pode pedir que seja substituído, ou que a pasta atribuída seja alterada. Caso não haja chumbos, o novo colégio é depois votado em bloco no hemiciclo, em Estrasburgo, e posteriormente pelo Conselho Europeu.
A expectativa é de que a nova Comissão entre em funções a 1 de novembro, tal como está previsto nos tratados. No entanto, não se exclui que sejam substituídos alguns candidatos durante o decorrer do processo, estando por isso, também, em cima da mesa a hipótese de o executivo só tomar posse a 1 de dezembro, ou num cenário mais pessimista, em janeiro.
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