Produção de pasta de papel parada pelo segundo dia na Navigator em Aveiro
A paralisação abrange cerca de 150 trabalhadores. Além de aumentos salariais justos, os trabalhadores reivindicam ainda o fim das imposições da administração e a reposição dos direitos retirados.
A produção de pasta de papel na Navigator em Aveiro continua parada esta sexta-feira pelo segundo dia consecutivo, na sequência da greve de três dias para reivindicar maiores aumentos salariais, disse fonte sindical.
“Mantém-se tudo como ontem [quinta-feira]. A fábrica continua parada e a área da produção de energia continua nos mínimos possíveis para manter os equipamentos em laboração“, disse Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Norte (SITE-CN). O dirigente sindical referiu ainda que a greve, que vai no segundo dia, está a ter uma adesão “acima de 60% nos três turnos”.
A paralisação abrange cerca de 150 trabalhadores da Navigator Pulp Aveiro e The Navigator Company (antiga Portucel), situadas no complexo de Cacia. Além de aumentos salariais justos, os trabalhadores reivindicam ainda o fim das imposições da administração e a reposição dos direitos retirados.
A greve foi convocada após várias reuniões infrutíferas ao longo dos últimos meses para negociar com a empresa uma melhoria dos aumentos salariais para o próximo ano.
No início deste ano, The Navigator Company assinou um acordo de dois anos (2024 e 2025) com a Federação dos Sindicatos da Industria e Serviço, que prevê um aumento salarial no próximo ano de 2% com um mínimo de 25 euros.
No entanto, segundo Paulo Ferreira, os trabalhadores entendem que este aumento “não é compatível com os lucros apresentados pela empresa”. “A grande maioria o que vai levar são os 25 euros”, disse o sindicalista, afirmando que as pessoas “não estão satisfeitas”.
Paulo Ferreira referiu ainda que o SITE-CN apresentou uma proposta para um aumento de 150 euros para todos os trabalhadores, tendo baixado este valor para os 125 euros, mas não obteve qualquer resposta por parte da empresa.
A Lusa contactou a empresa e aguarda resposta. A greve começou às 00:00 de quinta-feira e prolonga-se até às 16:00 de sábado.
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