Semapa baixa lucros em 5% para 233 milhões de euros. Dividendo estável em 62,6 cêntimos

A holding vai distribuir 50 milhões de euros pelos acionistas, o mesmo valor do ano passado, reforçando o seu compromisso com a política de dividendos da empresa. Vendas e EBITDA subiram.

A Semapa fechou 2024 com um resultado líquido de 232,7 milhões de euros, 4,8% abaixo dos 244,5 milhões registados no ano anterior, com o crescimento no segmento do negócio da pasta e papel e no cimento a não conseguirem compensar a descida registada noutros negócios, nomeadamente a dotação de 10 milhões para a Fundação Pedro Queiroz Pereira. O conselho de administração vai propor a manutenção do dividendo de 0,626 euros.

A holding da família Queiroz Pereira fechou o ano com um volume de negócios de 2.849,4 milhões de euros, o que representa um aumento de 5,3% face ao período homólogo, com o negócio da pasta e do papel a ser responsável pela maior parcela deste valor: a Navigator gerou receitas de 2.088,3 milhões de euros; a Secil (cimento) 701,8 milhões de euros; e outros negócios 60,5 milhões.

Mais de 75% das receitas do grupo foram geradas no exterior, com as exportações e vendas no exterior a ascenderem a 2.144,7 milhões de euros.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) também registou uma evolução positiva, ao atingir 702,7 milhões de euros, mais 4,6% que o valor alcançado no ano anterior. Trata-se do segundo maior EBITDA de sempre do Grupo Semapa.

A Semapa justifica a descida do resultado líquido com vários fatores, nomeadamente os 10 milhões encaminhados para a nova Fundação Pedro Queiroz Pereira, para financiar as suas atividades por um período de pelo menos três anos.

O valor negativo do EBITDA das Holdings reflete a atribuição do donativo, correspondente à constituição da Fundação Semapa – Pedro Queiroz Pereira no valor de 10 milhões de euros“, refere o relatório.

Os lucros foram ainda penalizados pelo agravamento de 37,5 milhões de euros nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade; ou o reconhecimento de uma imparidade no Líbano.

O Conselho de Administração vai propor remunerar os acionistas com um dividendo de 0,626 euros por ação, a que correspondente a um valor total de aproximadamente 50 milhões de euros, o mesmo valor distribuído relativamente a 2023.

A empresa adianta ainda que manteve “a sua forte ambição” e investiu, em 2024, 541 milhões de euros, dos quais 190 milhões de euros em investimentos em participações financeiras, prosseguindo a execução dos planos estratégicos das diferentes subsidiárias.

O último ano ficou ainda marcado pela conclusão da aquisição da britânica Accrol Group Holdings pela Navigator, em maio do ano passado.

A dívida líquida remunerada consolidada atingiu 1.091,7 milhões de euros no final de 2024, um aumento de 79,7 milhões de euros face ao final de 2023, “o que demonstra a forte geração de caixa do Grupo, tendo em conta o período recente de forte investimento”.

“O cenário macroeconómico e de geopolítica global para 2025 revela todo um novo quadro após as eleições norte-americanas e a tomada de posse do novo presidente em janeiro de 2025. Um maior protecionismo da economia americana, com o aumento das tarifas nas relações comerciais entre Estados Unidos e o resto do mundo poderá levar-nos para um cenário repleto de desafios e oportunidades“, realça a empresa.

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