Costa quer trabalhar com novo chanceler alemão Merz por “Europa mais autónoma”
Presidente do Conselho Europeu felicita Friedrich Merz pela vitória nas eleições legislativas alemãs, prometendo colaborar com novo chanceler para "tornar a Europa mais forte, próspera e autónoma".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, felicitou esta segunda-feira o vencedor das eleições alemãs e disse querer trabalhar “em estreita colaboração” com Friedrich Merz para uma Europa “mais forte, mais próspera e mais autónoma”.
“Transmiti a Friedrich Merz os meus parabéns pela sua vitória nas eleições alemãs. Estou ansioso por trabalhar de perto com ele para tornar a Europa mais forte, mais próspera e mais autónoma“, disse Costa.
Numa mensagem nas redes sociais após chegar a Kiev para assinalar o terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, o antigo primeiro-ministro português admitiu que “estes podem ser tempos difíceis”.
Mas Costa disse estar convicto de que “tal como no passado, a União Europeia cumprirá a sua promessa e sairá mais forte dela”.
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O bloco conservador liderado por Friedrich Merz venceu as eleições legislativas alemãs com 28,6% dos votos, de acordo com dados oficiais, e a Alternativa para a Alemanha (AfD) consagrou-se a segunda força com 20,8%.
O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, obteve cerca de 16,4% nas eleições de domingo, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6% dos votos. A Esquerda (Die Linke) alcançou cerca de 8,8%, acima dos 4,9% de 2012.
O líder conservador, Friedrich Merz, precisará de parceiros para formar governo. O candidato dos Verdes a chanceler, Robert Habeck, afirmou no domingo que está disposto a continuar a assumir responsabilidades no governo, caso Merz coloque essa hipótese.
O partido liberal FDP, que Merz esperava ter do seu lado, não conseguiu atingir o limite mínimo de 5% necessário para entrar no Bundestag, o parlamento da Alemanha.
Alice Weidel, líder da AfD, insistiu no domingo à noite que está disponível para negociações, mas Merz reiterou que rejeita coligações com a extrema-direita, mantendo o ‘cordão sanitário’ contra a extrema-direita.
“Temos opiniões diferentes sobre a política externa, a política de segurança e a NATO. Podem estender-nos a mão o quanto quiserem, mas não vamos cair numa política errada, querem o posto do que nós”, disse o futuro chanceler alemão, num curto debate televisivo com os candidatos dos outros partidos, reforçando que não vai “pôr em causa o legado de 75 anos da União Democrata-Cristã (CDU) só por causa de uma autointitulada Alternativa para a Alemanha”.
Entre as matérias que opõem CDU e AfD conta-se a questão da segurança e defesa, tendo Merz afirmado que, face à pressão da Rússia, mas também da nova administração norte-americana liderada por Donald Trump, que “é largamente indiferente ao destino da Europa”, a grande prioridade deve ser “tornar a Europa progressivamente independente relativamente aos Estados Unidos”.
“Vou formar um governo que represente toda a população e vou esforçar-me por formar um governo que resolva os problemas deste país”, acrescentou Merz.
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