Os dez gráficos que marcaram 2016
2016 foi um ano de recordes, embora nem todos tenham sido positivos. Há pelo menos dez gráficos que marcaram o ano e permitem tirar um instantâneo da economia portuguesa. Venha daí.
A dívida pública atingiu valores nunca vistos. A balança comercial alcançou o maior excedente de sempre. A taxa de desemprego surpreendeu e acelerou o ritmo de descida. 2016 foi um ano tudo menos previsível e por isso vale a pena olhar para dez indicadores económicos, que ajudam a traçar a história dos últimos doze meses.
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Ainda não foi desta que a dívida pública inverteu a tendência de subida: superou os 243,2 mil milhões de euros em outubro. Em setembro deste ano, o último mês para o qual há valores em percentagem do PIB, a dívida na ótica de Maastricht representava 133,1%, mais do que os 129% que marcaram o fecho de 2015. -
Não fosse a surpresa positiva do terceiro trimestre, que apanhou os analistas desprevenidos, o crescimento da atividade económica teria sido a grande desilusão do ano. Depois de prometer a retoma do crescimento antes de ganhar eleições, António Costa chega ao final de 2016 com um PIB a crescer em torno de 1,2%, um valor abaixo do registado em 2015 (1,6%). -
PSD e CDS ainda não estão completamente convencidos, mas este ano poderá ser o primeiro da democracia portuguesa em que Portugal apresenta um défice abaixo de 3%, o limite imposto pela Comissão Europeia. A confirmar-se a previsão do Governo, o país não só cumpre a meta de Bruxelas (2,5%) como se qualifica para a saída do Procedimento por Défices Excessivos. -
O mercado de trabalho foi a surpresa positiva de 2016. A taxa de desemprego está bem abaixo do valor que era esperado pelo Governo quando elaborou o Orçamento do Estado para este ano, que era de 11,3%. -
No terceiro trimestre, o saldo comercial atingiu o maior excedente de sempre: 1,7% do PIB. Parte deste resultado deve-se a um crescimento robusto das exportações de serviços, acompanhado pelo bom comportamento das exportações de bens. Mas também se deve ao contributo do abrandamento das importações, fruto da diminuição do investimento. -
Ainda não foi em 2016 que o crédito malparado deu sinais de alívio. Os montantes de crédito em incumprimento mantêm-se em torno dos 9%, sendo as empresas quem mais pesa. Já entre as famílias é notório um alívio dos níveis de incumprimento face ao total o crédito concedido. -
A palavra de ordem do BCE para os bancos abrirem a torneira do crédito não está a ser suficiente para puxar pela concessão de crédito. O stock de crédito às empresas e aos particulares continua a cair, estando abaixo da fasquia dos 200 mil milhões de euros. -
As compras do BCE têm ajudado a travar o agravamento dos juros em Portugal, apesar de no início de 2016 a temida fasquia dos 4% ter sido superada. A fase final do ano foi marcado por um aumento das yields portuguesas, face ao anúncio da entidade liderada por Mario Draghi que no próximo ano arranca com a redução do programa de compra de ativos. -
O petróleo negociou em 2016 ao sabor das decisões e indecisões da OPEP. Depois de muitos avanços e recuos, o cartel conseguiu finalmente chegar a um acordo para limitar a produção de petróleo, o que impulsionou os preços acima da fasquia dos 50 dólares. A matéria-prima prepara-se assim para encerrar o ano com um ganho próximo de 50%. -
A bolsa portuguesa sofreu mais um revés, este ano. Depois de valorizar mais de 10% em 2015, prepara-se para encerrar 2016 com uma queda de 12,3%, num período em que a grande maioria das cotadas perdeu valor. O BCP destacou-se nas quedas, afundando mais de 70%, mas foram as energéticas que mais pressão colocaram no índice nacional, com a EDP e a EDP Renováveis a perderem 12,6% e 18,9%, respectivamente. A impedir uma queda mais expressiva esteve a Galp Energia que disparou mais de 30% à boleia da recuperação dos preços do petróleo.
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