“Cautelosamente otimistas”. Um terço das empresas querem contratar mais trabalhadores até junho

Apesar dos desafios à espreita, intenções de contratação dos empregadores nacionais mantêm-se "cautelosamente otimistas". Um terço querem engordar equipas até junho, enquanto 14% preveem reduções.

Da instabilidade internacional à crise política em curso cá dentro, há vários desafios à espreita. Mas os empregadores nacionais continuam “cautelosamente otimistas nas suas intenções de contratação”, mostra uma nova análise da empresa de recursos humanos ManpowerGroup. Até junho, um terço dos empregadores querem aumentar as suas equipas, enquanto 14% preveem reduções. Ou seja, a projeção para a criação líquida de emprego continua em “terreno positivo”.

“De abril a junho deste ano, 33% das empresas inquiridas pretendem aumentar as suas equipas, 14% anteveem reduzir e 50% planeiam manter o seu número atual de colaboradores. Estes valores refletem um cenário de estabilidade moderada“, adianta esta terça-feira a referida empresa de recursos humanos, que ouviu mais de 39 mil empregadores em 41 países (incluindo, Portugal).

Contas feitas, estima-se que a criação líquida de emprego rondará os 19% no segundo trimestre, valor que corresponde a uma diminuição de um ponto percentual face à projeção feita para o arranque deste ano, mas equivale a um aumento de oito pontos percentuais quando comparado com o período homólogo de 2024.

“No que respeita às razões dos empregadores relativamente às suas intenções de contratação, a expansão das empresas é a principal razão apontada (38%)”, indica a análise conhecida esta manhã.

Além deste motivo, cerca de quatro em cada dez empresas estão interessadas em contratar de modo a renovar as competências das suas equipas face à transformação dos modelos de negócio e das necessidades dos consumidores, bem como em resposta à digitalização.

Já no que diz respeito aos empregadores nacionais que projetam uma redução no número de empregados no segundo trimestre, a incerteza económica é indicada como o principal razão (28%), seguida pela adaptação a alterações de mercado (23%). “Também aqui a renovação de competências ganha destaque, mas de forma menos acentuada, com 34% dos empregadores a referir evolução nas necessidades de competências ou a automatização como motivador das reduções nas equipas”, nota a ManpowerGroup.

Setores que mais vão contratar

Entre os vários setores, é a indústria pesada e materiais que regista a projeção para a criação líquida de emprego mais elevada: 29%, o que representa uma melhoria de quatro pontos percentuais em cadeia e de dez pontos percentuais em termos homólogos. “Esta é a maior projeção registada neste setor há mais de um ano, remontando ao quarto trimestre de 2023, quando era de 30%”, salienta a ManpowerGroup.

Em destaque está também o setor dos transportes, logística e automóvel, no qual se espera uma criação líquida de emprego de 28%. “Com uma projeção igualmente sólida, de 25%, segue-se o setor das tecnologias de informação, relevando um aumento de três pontos percentuais tanto em relação ao trimestre passado, como face ao mesmo período do ano anterior”, é acrescentado no estudo conhecido esta manhã.

Com perspetivas menos otimistas, os empregadores do setor das finanças e imobiliário apontam para uma criação líquida de 11% no trimestre que está prestes a começar, valor que corresponde a um “abrandamento acentuado” (de 40 pontos percentuais) face ao período homólogo.

Quanto à dimensão das empresas, há a notar que são os empregadores até mil trabalhadores os que têm previsões mais prósperas. Em comparação, nas micro, pequenas e médias empresas a projeção é de 23%, 20% e 22%, respetivamente.

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