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Cunha Vaz quer aumentar faturação com o Estado em 2025

Rafael Ascensão,

"O que fiz este ano foi semear. Para o ano que vem outro galo cantará e a minha faturação que vem do Estado irá crescer, só posso dizer isto", afirmou António Cunha Vaz.

Com um total de 186 contratos em 2023, a contratação pública pesou 8,3% no volume de negócios das agências de comunicação, conforme avançado no estudo “O Valor da Comunicação”, desenvolvido pela Informa D&B para a APECOM — Associação Portuguesa das Agências de Comunicação.

Na análise a estes dados, António Cunha Vaz avançou que no próximo ano quer trabalhar mais com o Estado. Segundo o CEO da H/Advisors CV&A, no ano em que teve maior faturação proveniente do Estado, esta cifrou-se em 2% do bolo total da agência. De acordo com o responsável, a CV&A Europa faturou este ano com o Estado 79 mil euros, sendo que a faturação total da agência vai ser de cerca de cinco milhões de euros, avançou.

Mas, “para o ano quero crescer muito mais“, disse numa mesa-redonda dedicada ao tema “O valor do Setor da Comunicação e dos Public Affairs”, inserido no evento anual organizado pela Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM).

O que fiz este ano foi semear. Para o ano, outro galo cantará e a minha faturação que vem do Estado irá crescer, só posso dizer isto“, afirmou Cunha Vaz, em reação às notícias que surgiram recentemente de que está a trabalhar informalmente com o Governo, sobretudo nos ministérios mais frágeis em termos de comunicação.

Questionado sobre se este ano está então a trabalhar com o Governo numa espécie de regime pro bono, António Cunha Vaz reiterou que está a semear. “Há algum agricultor que colha antes de por sementes na terra? Não há”, concluiu.

A dependência do Estado é uma coisa péssima“, defendeu também António Cunha Vaz, CEO da H/Advisors CV&A, que não considera, no entanto, que deva ser proibitivo trabalhar com o mesmo.

Não nos esqueçamos de uma coisa, o Estado tem muito dinheiro para gastar. Não aceitando uma dependência do Estado, é bom que façamos um esforço para que o dinheiro do Estado não fique sempre nas mesmas agências e circule pelo mercado todo. Até a luta pela transparência que tem sido feita é muito importante para que todos possamos ter acesso aos concursos públicos”, disse.

Na mesa redonda ficou também patente a ideia de que existe necessidade de alguma concentração no setor e de remunerar melhor os profissionais. Mudar a forma como o negócio do setor da comunicação está organizado e saber valorizar os serviços prestados foram outras das ideias sublinhadas no debate moderado por Carla Borges Ferreira (+M/ECO) e no qual também participaram Francisca Seabra (CEO da Burson), Marlene Gaspar (diretora-geral da LLYC), Maria Domingas Carvalhosa (presidente da APECOM e CEO da Wisdom) e Vítor Cunha (CEO da JLM&A).

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