
Tenho um pressentimento
Com o covid enterrado há 3 anos a mesmice instalou-se. Num ano tudo muda, depois #tudo vai ficar bem, depois viemos para a rua em euforia. E depois... o mar calmo. Apostem, tenho um pressentimento.
Se calhar é por 2025 ser um ano ímpar. Mas tenho um pressentimento. Depois de ver que para as marcas, num ano par de 2024, a black friday foi a black friday de sempre, que o Natal foi, mais ou menos, o mesmo Natal de sempre e os saldos não ultrapassaram essa mesmice, o meu pressentimento reforça-se.
Com o covid enterrado há 3 anos a mesmice instalou-se. Num ano tudo muda, depois #tudo vai ficar bem, depois viemos todos para a rua em euforia. E depois… o mar calmo.
No mundo das marcas, vejo as receitas empregues todas muito semelhantes. Vejo o humor a regressar e depois a ser usado em decalque para retalho, banca, móveis, telecoms, o que for. Em Cannes fala-se de humor e no ano seguinte todos querem entrar. É natural, num mundo sempre em conflitos, há que andar bem-disposto. Aplique-se então a receita humor. Ou, se no Natal há mais tempo e parece que as pessoas nos ouvem mais, prescrevam-se causas. Se é esse o anzol, então usemos todos o mesmo e vemos as marcas a pescarem com causas. Neste Natal e no anterior, e no anterior…
E assim o meu pressentimento cresce. O pressentimento que o mar não vai ficar calmo para sempre e que, se calhar por superstição, num ano ímpar, as ondas levantam-se. Mas penso melhor e vejo que não é só superstição, já há sinais claros.
Vejo novas marcas a entrar, que vão agitar águas. Vejo novas marcas e de novas geografias, com novas tecnologias a embalar. Vejam as ondas que se criam com a passagem de todas as novas marcas asiáticas de carros elétricos, por exemplo. É quase um canhão da Nazaré para o mercado das marcas automóveis.
Mas também vejo os media a inovar e a reinventarem-se. Novos canais de TV, novas rádios. E vejo o sustentado e imparável crescimento de meios como o Tiktok que já conquistou as pessoas mas que as marcas ainda não perceberam bem como surfar a onda do scroll infinito. Há já algumas a molhar o pé nesse mar, ainda assim.
Está agora mais forte do que um pressentimento, já é quase uma certeza. Este 2025, ano ímpar, vai agitar mesmo. Novas marcas vão tentar impor-se, novas geografias vão trazer mais e novas perspetivas e os media vão continuar a adaptar-se e a tentar ser eles mesmos as ondas da mudança.
E para as agências criativas, se partilharem este meu pressentimento, fica o alerta: agarrem já a onda no princípio. Rompam, promovam a rutura, façam vocês a onda e sirvam-na com estrondo. E às marcas, não se deixem ficar só pela espuma da rebentação. Ganhem vantagem, apostem no novo. Apostem, que eu tenho um pressentimento.
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